quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Silênco dos pais



Há pouco tempo, recebi a visita de um amigo acompanhado por um casal com um filho pequeno. O garoto, inquieto, se remexia no colo da mãe e gritava, enquanto conversávamos. Sem me pedir, a mãe pegou um tamborzinho hindu que estava dependurado na parede e deu para o filho brincar. O menino se acalmou. Continuei a conversa com um olho nas visitas, outro no tambor. Tratava-se de um presente enviado por uma grande amiga que vive na Inglaterra. Na despedida, o garoto continuava com o tambor. Sorridente, a mãe declarou:

— Agora não dá mais para tirar dele! Vai ter de levar!

— Sinto muito, mas é de estimação — respondi.

Brava, a mulher convenceu o filho a me devolver o tamborzinho. Soube mais tarde que me achou um “mal-educado”. Pensei: e o garoto? Vai crescer achando que pode entrar na casa alheia e pegar o que quiser!

Certa vez recebi a visita de um casal de amigos com o filho de 6 anos. O pimpolho começou a pular no meu pufe de camurça, sem parar, como se fosse uma cama elástica. A mãe olhou e sorriu. O pai nem prestou atenção. As botinhas sujavam o tecido. Fico sem jeito diante da falta de educação alheia. Timidamente, pedi:

— Pare de pular, senão vai estragar o pufe.

Ofendida, a mãe disse não gostar que dessem ordens a seu filho. Meu pufe ficou cheio de marcas. Tive de trocar o tecido! Em restaurantes, então, nem se fala. Em um sábado, eu e um amigo fomos almoçar em uma cantina italiana. Mesas adiante, um garotinho saltou da cadeira. Correu pelo salão aos gritos. Os pais comiam calmamente enquanto ele infernizava o restaurante inteiro. De vez em quando, a mãe o chamava com voz fraca:

— Vem cá...

O menino não obedecia. Trombou nas pernas de um garçom e caiu no chão. Gritou tão alto quanto um personagem de filme de terror. O pai dispôs-se a abandonar o prato de lasanha para pegá-lo no colo. Ele gritou ainda mais alto. Logo passou. Em minutos, o garoto voltou a se comportar como se estivesse no playground de seu prédio.

É injusto dizer que isso é coisa de brasileiro. Recentemente, em uma viagem a Edimburgo, na Escócia, tomei um ônibus turístico, que percorria a cidade com uma guia explicando seus principais pontos. No primeiro banco se sentava uma mulher com uma menininha linda, de uns 2 anos. A garota não parava de gritar. O passeio se tornou torturante. A guia de meia-idade tentava delicadamente conter a garota. A mãe não dizia uma palavra. Finalmente, a guia pediu:

— Por favor, fique quieta. Deixe os outros passageiros aproveitarem!

A menina não entendeu. A mãe continuou muda. Ausente.

Pior é quando acontece em viagem de avião. Sei que é exaustiva para uma criança, mas também é desesperador ouvir gritinhos ou choros horas a fio sem que os pais nem tentem resolver a situação.

Quando criança, eu tinha uma boa ideia de como devia me comportar. Minha mãe avisava ao sair de casa:

— Não vá fazer manha!

Cresci com a noção de que se deve respeito ao próximo. Os pais podem evitar atividades cansativas que alterem o humor da criança. Já vi uma jovem em um museu com o filho de colo. Obviamente, o menino se irritou. Também existem situações inevitáveis, como viagens. Sinto uma solidariedade instintiva diante de pais que viajam com crianças pequenas. Terrível é quando deixam os filhos tripudiarem sem um gesto sequer.

Definir limites é importante. Que educação é essa que não ensina o respeito ao próximo? Mas talvez certos pais modernos achem que também podem tudo. Esse é o problema.

Fonte: Veja São Paulo 21/04/2010 - Walcyr Carrasco

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Feiras de vinhos em Sao Paulo



Se você adora vinho, não perde uma oportunidade de provar novidades e quer checar safras recentes, guarde um espaço em sua agenda para visitar as feiras de vinho que invadem a cidade de São Paulo em abril. A primeira, da importadora World Wine, começa já na segunda-feira, dia 19 de abril. A maior, a ExpoVinis Brasil, a 14º edição da megafeira anual de vinhos, acontece nos dias 27, 28 e 29.

Espécie de parque de diversões de enófilos e consumidores de vinho, as feiras também são um espaço para fazer negócios. Por esta razão, são reservados dias e horários exclusivos aos sommeliers, donos de restaurantes, profissionais da área e imprensa especializada para conversar com os produtores e avaliar os rótulos que desejam comercializar, colocar em suas cartas ou apenas conhecer. Este povo vai, afinal, escolher o que você vai beber nos próximos anos.

Nos dias e horários abertos aos consumidores, a disputa por um determinado rótulo é um tanto mais complicada. Exige do visitante o braço constantemente esticado com a taça em punho e uma certa dose de paciência. Mas vale a pena. O raciocínio é simples. Funciona como um rodízio de vinho. Por um preço único é possível conhecer e provar inúmeros rótulos, conversar pessoalmente com produtores e enólogos e ainda levar para casa algumas garrafas com algum desconto. Prepare o fígado. E vá de táxi!

World Wine Experience
O que é: feira da importadora World Wine, o braço mais refinado do grupo La Pastina. São 150 rótulos de 20 produtores do Novo Mundo, com garrafas do Chile, Argentina, Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Site

Indicado para quem… quer provar uma variedade de tintos e brancos do Novo Mundo, com destaque para rótulos argentinos e chilenos, muitos deles novidades da importadora.

Onde: Meliá Jardim Europa, Rua João Cachoeira, 107, Itaim Bibi, São Paulo, SP.

Quando: 19/4, das 15h às 20h (para profissionais do setor) e 20/4, das 16h às 21h (público em geral)

Preço: R$ 100,00.

Informações: (11) 3383-7477

Expovinhoff 2010
O que é: acontece um dia antes do salão internacional da ExpoVinis, e se propõe ser a primeira feira de vinhos fora do circuito no Brasil. São 17 expositores entre produtores nacionais e importadoras com o diferencial de serviço adequado dos vinhos, armazenados em adegas climatizadas (muitas vezes bebe-se vinho quente no calor destes eventos). Site

Indicada para quem… quiser participar de uma feira em um ambiente mais descontraído e aconchegante, e ter acesso mais fácil a produtores e enólogos.

Onde: Restaurante Pandoro. Avenida Cidade Jardim, 60, São Paulo, SP.

Quando: 26/4, das 11h/21h.

Preço: R$ 20,00

Degustações especiais:

12h- Domaine de L´Oustal Blanc – Languedoc
12h30 – Lídio Carraro – Brasil
13h- Vinhos La Fortuna – Chile – Maria Inês Beltrão – Importadora MIB
14h- Viña Sucre – Chilean Premium Wine s- Wine Company
14h50- Gloria Reynolds – Alentejo – Casa do Porto
15h20- Vinhos da Corsega Alain Mazoyer – Empório Sori
15h50 – Vinhos de Tomelloso, A origem de Grandes Vinhos desde 1986
16h20 – Douro Family State
16h50 – Coloman, Os Vinhos da Terra de Don Quixote de La Mancha, o Maior Vinhedo do Mundo
17h20 – Domaine Louise Brizon- Cave Jado
18h30 – Horacio Fuentes- Enólogo Ventisquero- Cantu
19h- Gianmarco Ghisolfi- Barolo Bricco Visete – Tre Bicchieri Gambero Rosso
19h30- José Correa – Enólogo Cia. Das Quintas – Interfood
20h10 – Arthur Azevedo- O novo Mundo X O Velho Mundo – Max Brands

Degustações gratuitas para quem se inscrever no e-mail degustação@propop.com.br


ExpoVinis Brasil 2010
O que é: 14º edição do maior evento do setor da América Latina. São mais de 250 expositores de todo o mundo; destaque para as mais de 40 vinícolas nacionais reunidas no espaço do Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho –, além da presença das maiores importadoras em atuação no país. Site

Indicado para quem… quer ter um panorama dos vinhos de todo o mundo, desde países pouco conhecidos como Bolívia e Sérvia, até grandes produtores como Argentina, Portugal, França, Itália e um amplo painel do vinho nacional. A feira é enorme, melhor se programar com o mapa, distribuído na entrada, e definir prioridades.

Onde: Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho,Vila Guilherme, São Paulo, SP

Quando: 27/4, das 14h às 22h (para profissionais do setor) e 28 e 29/4, das 14h às 22h (19h/22h para público em geral)

Preço: R$ 40,00 (com taça para degustação), R$ 30,00 (sem taça).

Degustações especiais:

A ExpoVinis tem uma série de degustações promovidas por importadoras, associações, como a Vini Portugal, Ibravin, etc. As provas promovidas pela organização da feira são as seguintes:

27 – terça-feira – Degustação Top Ten ExpoVinis 2010 (concurso que elege os dez melhores vinhos da feira, avaliados em prova às cegas por jornalistas especializados, sommeliers e representantes de associações. Este colunista é um dos jurados e vai contar depois como foi a degustação)

28 – quarta-feira - Joan Pujol, da espanhola Miguel Torres, conduz a ‘Vertical do Mas La Plana’, o rótulo mais refinado da Bodega Torres, do Chile.

28 – quarta-feira – O enólogo franco-chileno Patrick Valette comandará os painel: ‘Melhores tintos do Velho e Novo Mundo no ExpoVinis Brasil’ .

29 – quinta-feira – Lorenzo Zonin, especialista em conversão biodinâmica, e Davide Rosso, produtor de Barolo, Piemonte (Itália), dirigem a prova ‘Futuro do vinho: biodinâmicos’.

Informações e reservas para as degustações pelo e-mail degustacoes@exponor.com.br ou pelo telefone (11) 3141-9444.
Fonte: IG

terça-feira, 13 de abril de 2010

SPA WEEK




Até 24 de abril, 40 spas paulistanos e seis no Rio de Janeiro participam da Spa Week. O evento acontece duas vezes por ano, e oferece tratamentos de estética e massagens por preços abaixo do valor de mercado.

A primeira edição ocorreu em 2009, somente na capital paulista, com apenas 14 estabelecimentos. Este ano, o Rio de Janeiro entrou no programa, com seis Spas participantes e São Paulo ampliou o número de filiados. Cada estabelecimento selecionou três tipos de tratamentos que duram, em média, 50 minutos cada, por 70 reais. Para participar, é necessário agendar o horário com antecedência.

A proposta, segundo, o presidente da Associação Brasileira de Clínicas e Spas, Gustavo Albanesi, é desmistificar a falsa impressão de que os serviços dos spas são caros e inacessíveis para todas as classes sociais. “Muitos dos tratamentos oferecidos no spa week têm preços muito próximos dos normalmente cobrados nos spas.”

Albanesi revela que o mercado de spas no Brasil é um dos segmentos que mais cresce na indústria da saúde e bem estar. “A preocupação quanto aos cuidados preventivos com a saúde e a qualidade de vida tem multiplicado o número de estabelecimentos a cada ano.” Em 2009, foram 6,7 mil atendimentos em duas semanas, aumentando 110% o volume médio de atendimentos dos spas participantes.

Promoção


O preço dos serviços fora do evento varia conforme os produtos ou a técnica usada. Grande parte dos tratamentos custa, no mínimo, 90 reais. Em São Paulo, o Spa Olímpia, por exemplo, oferece duas opções de massagem corporal e uma hidratação facial. Fora do evento, cada tratamento custa 130 reais. Já no Budha SPA, a massagem relaxante, com duração de 50 mintuos, custa 90 reais. Sessenta minutos de massagem Ayurvédica, porém, valem, normalmente, 110 reais.

Em alguns Spas, a diferença de preço não é tão grande, mas duração dos tratamentos é um pouco maior do que a oferecida na tabela. No Espaço Thai, no Rio de Janeiro, 60 minutos de terapia com pedras quentes custa 110 reais. Para o evento, o tratamento tem 80 minutos de duração.

Para consultar a lista de spas participantes, acesse o site do evento:
http://spaweek.com.br/

Fonte: IG

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Especialistas dão dicas a quem terá que ajudar financeiramente os pais


Muitos jovens, além de se preocuparem com a própria aposentadoria, olham com preocupação também para a saúde financeira dos pais. Quem já sabe que terá que ajudar financeiramente os pais quando estes se aposentarem ou pararem de trabalhar pode se preparar para isso. O G1 ouviu especialistas em finanças pessoais que deram dicas para quem está nessa situação .

Nas próximas décadas, muitos dos novos idosos terão uma aposentaria complementar, mas na geração que está se aposentando agora, isso ainda não é comum, segundo Marcos Crivelaro, consultor e professor da Faculdade Módulo. E com a idade, aumentam os gastos com saúde: “a ajuda aos pais idosos acaba saindo geralmente da reserva dos filhos mais responsáveis ou com maior renda”, diz ele.

O consultor diz que hoje não existem produtos específicos no mercado para quem quer fazer um investimento para ajudar os pais. “Se a pessoa identificar que vai acontecer essa situação, pode fazer um plano de aposentadoria com os pais como beneficiários”, diz Carla dos Santos, consultora de finanças pessoais. Segundo ela, porém, o problema é que, quando os pais já estão com 50 ou 60 anos, o tempo disponível não permite uma acumulação de recursos suficientes para uma aposentadoria complementar.
Para Carla, o melhor que os filhos podem fazer é garantir um plano de saúde para os pais: “encaixe-os no seu plano, faça um plano familiar ou coloque no plano de saúde da empresa”, diz ela. “É muito difícil saber com quanto você terá que contribuir lá na frente, pois não sabe por quanto tempo ainda seus pais vão trabalhar, quais serão os gastos no futuro. Mas o plano de saúde vai dar uma tranquilidade lá na frente”, diz ela.

Quem se preocupa com o futuro financeiro do pai e da mãe ainda esbarra em outro problema: a resistência de muita gente em conversar sobre dinheiro com os filhos. “Muitos têm a reação de dizer ‘eu te criei, você agora vai querer me ensinar’”, diz Carla.

Por isso, Crivelaro também sugere ajudar de uma forma que se evite dar dinheiro diretamente aos pais. “Quando os filhos casam e saem de casa, podem continuar pagando algumas despesas para os pais para que eles possam manter uma qualidade de vida, como TV a cabo, internet, assinaturas de jornais e revistas, pagar uma viagem de férias”, diz o consultor. “Isso vai dando benefícios aos idosos sem criar uma ruptura entre pais e filhos.”

Pais e sogros

A professora universitária Luiza Rodrigues, 27, diz que antes mesmo de seu casamento com o advogado Vinícius já tinha um quadro claro da situação financeira de seus pais e seus sogros. “Um dos problemas é meu pai, que eu sei que vamos ter que sustentar. Fizemos um cálculo de quanto deve ser necessário para ele se aposentar e estou guardando dinheiro para isso sem ele saber”, conta ela, que diz ser impossível conversar com o pai sobre o assunto.

Já o sogro de Luiza vai se aposentar daqui a cerca de dez anos e não tinha dinheiro guardado. “Foi bem difícil de conversar com eles [sogro e sogra] sobre isso. Eles acharam intrusivo”, conta ela. Luiza e o marido propuseram um acordo: sempre que o sogro e a sogra depositarem um valor na conta para a aposentadoria, Vinícius e Luiza depositam o mesmo valor. “Eu penso que, se esperarmos, vamos gastar mais no futuro”, diz ela sobre a preocupação com a aposentadoria dos pais e sogros.


Patrimônio

O administrador Leonardo Milane investe parte de seu dinheiro para seu próprio futuro, mas tem uma conta separada para formar um patrimônio para sua mãe.

“Para ela, invisto em ações de empresas com dividendo alto”, diz ele, que também paga a parcela do apartamento no qual os dois moram. “É para daqui a dez anos mais ou menos, para o futuro da minha mãe. Sou filho único e pela situação tenho que ter um planejamento mais conservador”, explica ele.

A advogada Flávia Gatti já ajuda os pais, pagando o plano de saúde deles, que não têm previdência privada. “Eles sabiam que a aposentadoria pública não seria alta, mas não conseguiram se preparar e não têm dinheiro guardado”, diz ela.

Ela diz que gostaria de ter pensado há dez anos em se preparar para ajudar os pais. “Eu e meu marido temos previdência privada, mas na época dos meus pais não tinha essa cultura”, diz ela, que também é filha única e se preocupa com a possibilidade de ter que gastar mais no futuro para ajudar o pai e a mãe.

Fonte: G1

Participe:

Que marcas você quer deixar no planeta? Calcule sua Pegada Ecológica.