sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A verdade, de Carlos Drummond de Andrade



"A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.
Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia."
Esse poema é lindo!
Foi indicado pelo meu professor e eu achei muito interessante.
Todos nós temos uma verdade e nem sempre será a mesma do nosso próximo.
Cada um de nós opta pela "sua" verdade.
Cada um tem o livre-arbítrio de escolher o seu caminho, esteja ele correto ou não.
E a gente tem que entender que cada um leva a vida do seu jeito, de acordo com as suas escolhas.

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